sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Cerveja após exercícios faz bem, diz estudo

Uma pesquisa feita por cientistas espanhóis sugere que o consumo de cerveja após a realização de exercícios físicos pode trazer benefícios ao corpo humano.

Segundo o jornal britânico Daily Mail, uma pesquisa da Faculdade de Medicina da Universidade de Granada, na Espanha, mostra que a bebida ajuda a repor o líquido perdido no suor, durante o exercício.

Os pesquisadores acreditam que os açúcares, sais e gás da cerveja ajudam o organismo a absorver os fluidos mais rapidamente.

Na pesquisa liderada pelo professor Manuel Garzon, 25 estudantes correram em uma esteira, sob temperatura de 40º C, até ficar exaustos.
Em seguida, os pesquisadores mediam seus níveis de hidratação, habilidade de concentração e coordenação motora.

Metade deles recebia dois copos de cerveja, enquanto o resto recebia água. Depois disso, todos podiam beber quanta água quisessem.

Segundo o Daily Mail, os estudantes que beberam cerveja demonstraram níveis de hidratação "um pouco melhores" do que os que beberam apenas água.

Garzon acredita que o dióxido de carbono na cerveja ajuda a matar a sede mais rápido, enquanto os carboidratos da bebida substituem as calorias perdidas durante o exercício físico.

A experiência foi repetida durante vários meses.

O jornal afirma que, com base no estudo, os pesquisadores recomendam o consumo moderado de cerveja após os exercícios - 500 ml para homens e 250 ml para as mulheres - como parte de uma dieta atlética.

Segundo James Betts, especialista em reidratação pós-exercício da Universidade inglesa de Bath citado pelo Daily Mail, "muitas pessoas pensam no álcool como um diurético, mas se você já está desidratado, uma pequena quantidade de cerveja pode ser um modo de ingerir fluidos".

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Muitos biocombustíveis seriam mais nocivos que petróleo

A maioria dos produtos agrícolas usados nos Estados Unidos e na Europa para a produção de biocombustíveis na verdade agrava o aquecimento global, devido aos métodos industriais empregados na fabricação do produto, segundo relatório assinado pelo Nobel de Química Paul J. Crutzen.
As conclusões são especialmente negativas para a colza, planta usada na Europa para a produção de biodiesel, e que segundo o estudo pode produzir até 70 por cento mais gases do efeito estufa do que o diesel convencional.
Já o etanol brasileiro foi considerado menos poluente do que o petróleo.
O novo estudo sugere que os biocombustíveis podem na verdade provocar mais liberação do que economia de gases do efeito estufa, devido ao fertilizante usado na produção agrícola, cuja fabricação depende do óxido nitroso (o "gás do riso", usado como anestesia odontológica).
Essa substância tem cerca de 300 vezes mais capacidade de provocar o efeito estufa do que o dióxido de carbono (CO2), o mais comum dos gases do efeito estufa produzidos pelo homem.
"A emissão de óxido nitroso por si só pode cancelar o benefício geral", disse o professor Keith Smith, co-autor do estudo, por telefone à Reuters.
Os resultados, publicados no site "Atmospheric Chemistry and Physics Discussions" (http://www.atmos-chem-phys-discuss.net/7/11191/2007/acpd-7-11191-2007.pdf), baseiam-se na descoberta de que o uso de fertilizantes agrícolas responde por três a cinco vezes mais emissões de gases do efeito estufa do que se imaginava.
Isso lança ainda mais dúvidas sobre a credibilidade dos biocombustíveis como panacéia climática, já abalada pelos sinais de que a demanda por novas fontes energéticas pode acelerar a devastação de florestas (para dar espaço a plantações) e aumentar o custo de vida (por reduzir a área das lavouras para alimentos).
O estudo estima que o uso do biodiesel derivado da colza produza, na melhor das hipóteses, a mesma quantidade de gases do efeito estufa que o diesel. Na pior das hipóteses, produz até 70 por cento a mais.
Já o etanol de cana, do qual o Brasil é o maior produtor mundial, saiu-se melhor: gera apenas entre 50 e 90 por cento dos gases do efeito estufa que seriam emitidos pela gasolina.
O etanol de milho, produzido nos EUA, pode gerar até 50 por cento mais gases responsáveis pelo aquecimento global do que a gasolina.
"Como é usado no momento, o bioetanol de milho parece ser um exercício bastante fútil", disse Smith.
O estudo não avalia o aquecimento extra provocado pela própria produção dos biocombustíveis, ou, por outro lado, os benefícios de usar subprodutos dos biocombustíveis (o bagaço da cana, por exemplo) para substituir o carvão em usinas termoelétricas.
Mas o estudo não condena os biocombustíveis como um todo, sugerindo que cientistas e agricultores priorizem cultivos que exijam menos fertilizantes e menos energia na colheita. (Gazeta do Povo/PR)

Fonte: http://www.ambientebrasil.com.br/noticias/index.php3?action=ler&id=33780

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Como funciona a fotossíntese e a Relatividade Especial

http://ciencia.hsw.uol.com.br/fotossintese.htm

Artigo muito bom, explicando como funciona a fotossíntese.

http://hsw.uol.com.br/relatividade-especial.htm

Este explica um conceito muito interessante da Física moderna: a Teoria da Relatividade Especial

divirtam-se!

Prof. Fábio Lucas

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Site interessante

este site é antigo, mas muito interessante... Na verdade é uma divisão de um grande site chamado about.com . Esta é somente a parte de química. É em inglês, mas o nível é bem fácil.

Chemistry (About.com)

Divirtam-se e cuidem-se.

sábado, 22 de setembro de 2007

Embalado para o futuro

Um terço do lixo da nossa casa é composto por embalagens. Saiba o que fazer para que esses invólucros não se tornem inimigos da natureza.
por Priscilla Santos

Imagine que você acaba de chegar do supermercado e vai desempacotar as compras. Primeiro você tira a banana da sacola e depois do plástico-filme que a envolve. Então é a vez de o sabonete sair da sacola plástica e da embalagem de papel. O peixe para o almoço faz um caminho mais longo: é tirado da sacola, do plástico-filme e da bandeja de isopor antes de cair na frigideira. Ao fim de uma cena como essa, se você der uma conferida na sua lixeira, vai se espantar com a quantidade de embalagens que tiveram uma vida útil relâmpago. Nada contra as embalagens, que fique claro, elas são essenciais para a integridade dos produtos. Mas será que precisamos de tantas assim? Não responda agora, primeiro leia o que vem a seguir.

Um terço do lixo doméstico brasileiro é composto por embalagens, os outros dois terços por comida. E 56% de todo o lixo plástico é feito de embalagens usadas. Pudera. Só de sacolas de supermercado é distribuído 1 bilhão por mês no Brasil. No mundo todo é consumido 1 milhão de sacos plásticos por minuto. Agora junte os fatos: o plástico é um derivado do petróleo e leva séculos para se decompor, porém foi inventado há menos de 80 anos. Já dá para imaginar a quantidade de plástico que vaga por aí, em algum lugar do planeta. O pior é que eles entopem rios e bueiros, causam inundações e desembocam no oceano, matando animais que os confundem com comida. Na Normandia, França, foram encontrados 800 quilos de plástico no estômago de uma baleia morta. Mas esse não é o único vilão. Quando compactado, o isopor se reduz a quase nada, levando em conta que 95% de sua composição é ar, o que o deixa pouco atraente para a reciclagem. Sem outro jeito, ele acaba indo para os aterros e lixões, onde prejudica a decomposição do lixo biodegradável, já que não se compacta facilmente ­ pelo contrário, leva 400 anos para se decompor. Mas chega de notícia ruim. Você já deve ter uma reposta na ponta da língua sobre se precisamos ou não reduzir o uso de embalagens. Vai encarar o desafio? Então vire a página e saiba que não está sozinho nessa.

Leis e novas tecnologias

O grito ecoou pelos quatro cantos do mundo. Em março, a prefeitura de São Francisco, no estado americano da Califórnia, anunciou que baniria de supermercados e farmácias as sacolas de plástico, que agora devem ser retornáveis, de material compostável (que pode ser transformado em adubo), como amido de milho ou papel reciclado. Baseado em projetos adotados na Irlanda e em Taiwan, Hong Kong criou a campanha permanente No Plastic Bag Day, algo como “dia de não usar sacola plástica”, marcado para a primeira terça-feira de cada mês, e instalou uma taxa por sacola consumida no supermercado, atitude também tomada pelo estado australiano de Victoria. Uma rede de supermercados em Tóquio adotou a idéia, depois que uma lei no país exigiu que os grandes varejistas se engajassem na luta pela redução das sacolas plásticas.

O efeito dominó pode atingir em cheio o Brasil. Projetos de lei e campanhas foram divulgados em estados como Paraná, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, propondo, inclusive, a substituição total das velhas sacolinhas. As propostas chamaram atenção para materiais que estão surgindo na indústria. O plástico oxibiodegradável, única novidade que já pode ser vista em supermercados e farmácias do Brasil (em embalagens de cosméticos e sacolas), e um dos mais indicados pelas propostas de lei por aqui, é também fonte de polêmica: seus efeitos sobre o meio ambiente ainda são desconhecidos (leia no quadro).

O fato é que tudo tem seu porém. Especialistas afirmam que nem sempre biodegradável é sinônimo de bom para o meio ambiente. Mal damos conta de dar um bom fim aos resíduos orgânicos que já geramos: mais da metade do nosso lixo é resto de alimento e nem 1% é compostado. Para alguns pesquisadores, transformar o lixo orgânico em adubo e reciclar os outros resíduos parece melhor solução ­ quanto às sacolinhas de plástico, valeria também incinerá-las para gerar energia elétrica. Ninguém nega que o desenvolvimento de matérias-primas de fontes renováveis seja de suma importância, até mesmo porque o petróleo não vai durar para sempre. O medo é que a cultura do biodegradável acabe deseducando a população. “Qualquer que seja a embalagem, ela foi produzida e para isso consumiu matériaprima, água e energia e emitiu carbono na atmosfera. As pessoas podem perder isso de vista”, diz Helio Mattar, presidente do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente. Moral da história: por mais que novidades apareçam, lembre-se do ensinamento: reduzir, reutilizar, reciclar.

O que há de novo

PLÁSTICO DE FONTE RENOVÁVEL E BIODEGRADÁVEL. Originário de fontes renováveis, biodegrada-se naturalmente. Um exemplo é o chamado biocycle, desenvolvido e produzido no Brasil a partir da cana-de-açúcar. Ao se decompor, gera água, húmus e gás carbônico na mesma quantidade que a cana que lhe dá origem absorve lá na plantação. Porém, se a degradação ocorrer em aterros, pode gerar metano, gás com potencial de efeito estufa 23 vezes maior que o CO2 (o mesmo vale para o oxibiodegradável, a seguir). O melhor seria transformá-lo em adubo. A maioria do material é exportada.

PLÁSTICO OXIBIODEGRADÁVEL. Como o convencional, é originário do petróleo. Na fabricação, colocam-se aditivos químicos que fazem com que, em contato com o oxigênio (daí o nome oxi), o plástico leve de seis meses a dois anos para de decompor. Alguns pesquisadores suspeitam que os aditivos contenham metais pesados, com risco de contaminação do solo e dos lençóis freáticos, o que também poderia ser ocasionado pelos resíduos de tintas e pigmentos. Não é compostável nem tem liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para contato com alimentos.

PLÁSTICO DE FONTE RENOVÁVEL E RECICLÁVEL. Possui as mesmas características físico-químicas do plástico convencional, ou seja, é difícel de ser degradado por microorganismos devido a suas longas cadeias moleculares. Porém, é originário de fontes renováveis, como a cana-de-açúcar, e não do petróleo. Não é biodegradável, mas reciclável. Deve ser produzido no Brasil a partir de 2009. Espera-se que até lá a reciclagem de plástico no país esteja maior.

ISOPOR VEGETAL. A partir do milho e da mamona, uma indústria química de São Carlos, em São Paulo, produz um material similar ao isopor, porém biodegradável e compostável. Ainda não é usado em embalagens que chegam ao consumidor final. Outra empresa paulista está comercializando o biopack, outro primo do isopor, feito a partir do milho e cortado no formato tipo salgadinho, para proteger eletroeletrônicos durante o transporte.

O que você pode fazer

Quando for às compras, leve sua própria sacola. Se você mora em São Paulo, engaje-se na campanha “Eu Não Sou de Plástico”, que acaba de ser lançada pela prefeitura da cidade para incentivar as pessoas a usarem sacolas retornáveis, tal qual antigamente. Em Lajeado (RS), o município lançou a mesma idéia. Se você precisar pegar a sacolinha plástica do supermercado, não exagere na dose.

Prefira as embalagens com maiores quantidades para os alimentos não-perecíveis. “Se você pegar cinco sacos de arroz de 1 quilo, abri-los numa mesa lado a lado e depois fizer o mesmo com um de 5 quilos, vai ver que este último usa menos material”, diz Géssica Elen, consultora do Instituto Akatu. Evite o embalado um a um. Por que não comprar a garrafinha de 1 litro de iogurte em vez daquele punhado de copinhos? Na seção de queijos e frios, peça para cortar seu produto na hora e embrulhar apenas no plástico-filme, sem isopor. Na área de frutas, legumes e verduras, corra atrás dos produtos a granel (se não encontrar, avise o gerente ou deixe um recado naqueles papéis para sugestões). Passe reto se vir duas berinjelas embaladas em isopor com plástico-filme. Pense bem: só aí já são duas embalagens. Se você põe na sacolinha do supermercado, viram três. Se colocar direto na sacola retornável, reduz as embalagens a zero.

Dê preferência aos produtos com refil e aos retornáveis. Hoje já existem embalagens de cosméticos e produtos de limpeza de PET reciclado. Se a embalagem for de papelão, prefira o pardo, que pode ser feito de material reciclado e não passa pelo processo de branqueamento, muito poluente. Além do mais, o material mais bruto ainda contém substâncias da árvore, como a lignina, o que facilita sua degradação.

Fique atento aos selos de reciclável e reciclado nas embalagens. Ao contrário de países como Alemanha, Estados Unidos e Japão, que possuem selos ambientais para embalagens concedidos por certificadoras, no Brasil prevalece a autodeclaração. Assim, se você desconfiar de alguma informação no rótulo, procure o atendimento ao cliente da marca, o Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) ou o Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária (Conar). Como esse tipo de rotulagem não é obrigatório, nem sempre as marcas adotam. “O consumidor deve dar preferência a quem colocou o símbolo, para incentivar que outros fabricantes também o coloquem”, diz Reynaldo Galvão Antunes, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

Depois do consumo

Reaproveite as embalagens. Transforme as latas de óleo e azeite em vasos de planta. Ok, essa é velha. Mas uma boa idéia para quem mora sozinho é usar o pote da margarina ou o copo da geléia para guardar o feijão que sobrou do almoço ou para congelar pequenas porções de comida. Use sacolas de papel ou caixas de papelão para colocar o lixo. Se você é daqueles que se justificam quanto à sacolinha de supermercado, dizendo que a utiliza para botar o lixo, atenção: assim elas não vão parar de se proliferar e ainda vão atrasar a decomposição do que estiver dentro, já que demoram séculos para se desfazer.

O que não der para reaproveitar, separe para reciclagem. Deixe de preguiça, temos boas notícias: você pode separar apenas o resíduo seco (papel, plástico, metal e vidro) do orgânico. Nas recicladoras, o material passa por uma triagem. Se você fizer a sua antes, de qualquer forma esse trabalho será feito outra vez. Quer ajudar? Deixe os resíduos o mais limpo e compactado possível. Se a coleta seletiva de sua cidade é capenga, saiba que cada vez mais surgem cooperativas de catadores que aceitam o material e que os pontos de coleta nas cidades estão crescendo, inclusive nos supermercados. A rede Pão de Açúcar possui postos de coleta em 100 lojas no país.

Exemplo de animar é o do supermercado Modelo, em Cuiabá (MT). Quem deposita latas de alumínio e garrafas PET em seus postos para reciclagem ganha bônus para pagar a conta de luz. E, se idéia boa é para se copiar, aqui vai uma que bem podia ser reproduzida por aí: o Caixa Ecológico, do supermercado Festval Barigüi, em Curitiba. Idéia do projeto de mestrado da designer Dulce Albach, funciona como um caixa comum, com a diferença de que possui um contêiner para a pessoa já deixar ali mesmo as embalagens que jogaria no lixo ao chegar em casa, como a caixinha do creme dental. O material é encaminhado para a reciclagem. Assim, começa um novo ciclo de vida e a história toda se repete, desde o início.

Veja também:

Especial embalagens: Conheça pontos de coleta seletiva (inclusive de lixo tóxico), aprenda a separar resíduos, saiba mais sobre projetos de lei para limar as sacolas de supermercado e acesse links sobre o impacto das embalagens no meio ambiente.

original em http://vidasimples.abril.uol.com.br/edicoes/058/03.shtml

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Como funciona o aquecimento global

Achei este artigo interessante, e fácil de ler, sobre o funcionamento do aquecimento global. Recomendo que leiam pra entender o que é e como pode mudar nossa vida e a das futuras gerações.

http://ciencia.hsw.uol.com.br/aquecimento-global.htm

Bom final de semana, divirtam-se.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Medicina Nuclear - Uso de isótopos radioativos na medicina.

A medicina nuclear envolve dois usos distintos de radioisótopos: terapia e diagnóstico. No uso terapêutico, a radiação é empregada na tentativa de curar doenças. Algumas formas de câncer, por exemplo, podem ser tratadas por radioterapia. As células do tumor cancerígeno são destruídas pelos efeitos da radiação. Embora o feixe radioativo seja apontado precisamente sobre o tumor, diversos efeitos colaterais acompanham o tratamento. As células da mucosa intestinal, por exemplo, são particularmente susceptíveis à radiação, fazendo com que os pacientes sofram de náuseas e vômitos.

Fotoscan da glândula tireóide
Fotoscan com I-131 da glândula tireóide de um paciente obeso

Os radioisótopos também podem ser empregados com o propósito de diagnóstico, fornecendo informações sobre o tipo ou extensão da doença. O isótopo iodo-131 é usado para determinar o tamanho, forma e atividade da glândula tireóide. O paciente bebe uma solução de KI, incorporando iodo-131. O corpo concentra o iodo na tireóide. Após algum tempo, um detector de radiação varre a região da glândula e a informação é exibida, no computador, sob a forma visual. A figura é então chamada de fotoscan. O aparelho lê apenas a radiação gama, mas o I-131 também emite radiação beta. O tempo de meia-vida do I-131 é de apenas 8 minutos, o que faz com que toda a radioatividade cesse após algumas horas.

O radiosótopo ideal para uso de diagnóstico deveria possuir algumas qualidades: emitir partículas gama, pois estas tem um grande poder de penetração, e podem sair do organismo; não emitir, preferencialmente, partículas alfa ou beta; o tempo de meia-vida deve ser ideal: nem tão curto, que não possa ser detectado a tempo, nem tão longo, onde atividade ainda existiria após o diagnóstico. Felizmente, a natureza nos presenteou com um isótopo que atende a quase todas as necessidades: o tecnécio-99m, 99mTc. A letra m corresponde a metaestável: o isótopo pode perder alguma energia e se tornar estável. É isto o que ocorre: o átomo 99mTc emite uma partícula gama e se torna o átomo 99Tc, estável:

A imagem obtida pelo fotoscan com 99mTc, após injeção intravenosa, revela que não há perfurações no pulmão direito

99mTc 99Tc + g

A energia da radiação emitida pelo 99mTc é idealmente correta, e o t1/2 é de 6 horas. O isótopo é largamente empregado na varredura dos rins, fígado, bexiga, cérebro e pulmões. Este isótopo tem substituído um grande número de outros radioisótopos menos ideais, e a demanda para a produção do 99mTc é muito grande, o que tornou o seu preço bastante alto.

A tabela abaixo lista alguns isótopos comumente utililzados na medicina:

Principais radioisótopos usados na Medicina
Isótopo
Principais usos
3H
Trítio (hidrogênio-3)
Determinação do conteúdo de água no corpo
11C
Carbono-11
Varredura do cérebro com tomografia de emissão positrônica transversa (PET) para traçar o caminho da glucose
14C
Carbono-14
Ensaios de radioimunidade.
24Na
Sódio-24
Sistema circulatórioDetecção de constrições e obstruções do sistema circulatório.
32P
Fósforo-32
Detecção de tumores oculares, câncer de pele, ou tumores pós-cirúrgicos.
51Cr
Cromo-51
Diagnóstico de albumina, tamanho e forma da baço, disordens gastrointestinais.
59Fe
Ferro-59
Mal função das juntas ósseas, dianóstico de anemias
60Co
Cobalto-60
Tratamento do câncer.
67Ga
Gálio-67
Varredura de corpo inteiro com gálio-67Varredura do corpo inteiro para tumores.
75Se
Selênio-75
Varredura do pâncreas
81mKr
Criptônio-81m
varredura do pulmão com criptônio-81mVarredura da ventilação no pulmão.
85Sr
Estrôncio-85
Varredura dos ossosVarredura dos ossos para doenças, incluindo câncer.
99mTc
Tecnécio-99m
Fotoscan de corpo inteiro com Tc-99mUm dos mais utilizados: diagnóstico do cérebro, ossos, fígado, rins, músculos e varredura de todo o corpo..
131I
Iodo-131
fotoscan da tireóideDiagnóstico de mal funcionamento da glândula tireóide, tratamento do hipertireoidismo e câncer tireoidal.
197Hg
Mercúrio-197

Varredura dos rins
Varredura dos rins.


Tipos de radiação comumente empregados na medicina
Tipo de Radiação Fontes mais comuns Energia aproximada
(no uso)
Profundidade de penetração aproximada no
Ar Tecido Chumbo
Raios Alfa
(4He2+)
Rádio-226
Radônio-222
Polônio-210
5 MeV 4cm 0,05 mm 0
Raios Beta
(e-)
Trítio
Estrôncio-90
Iodo-131
Carbono-14
0,01 a 0,02 MeV 0,3 a 6 cm 0,06 a
4 mm
0,005 a 0,3 mm
Raios Gama
(fótons)
Cobalto-60
Césio-137
produtos do decaimento do Rádio-226
Tecnécio-99m
1 MeV 400 cm 50 cm 30 cm
Raios X
(fótons)

90 a 250 keV 120 a 240 m 30 cm 1,5 mm

Radiografia de raios-X dos ossos
O filme transparente fica escuro quando atingido pelo raio-X

A radioatividade também é utilizada para fornecer imagens detalhadas de órgãos internos do corpo humano. A forma mais simples é a radiografia de raios-X: os raios passam através do corpo, mas são absorvidos mais nas regiões mais densas, como, por exemplo, nos ossos. A radiação, então, incide e impressiona uma chapa fotográfica: o filme fica escuro e opaco nas regiões atingidas pelos raios-X. Os órgãos que absorvem a radiação (e.g., ossos) protegem áreas correspondentes, no filme, contra e exposição. Com facilidade, pode-se perceber anomalias nos ossos (fraturas, descalcificação) ou nas juntas. Mesmo tecidos pouco densos podem ser visualisados por esta técnica, desde que com a introdução prévia de um contraste - qualquer material que absorva raios-X. Um dos contrastes mais utilizados é um sal de bário, que serve para contrastar regiões do trato digestivo. O paciente ingere um "leite de bário", que é uma solução aquosa do sal, antes de fazer o exame.

CT do abdômem Hoje, técnicas mais modernas acoplam o raio-X ao computador; uma delas é tomografia computadorizada (CT), onde milhares de leituras de raio-X são obtidas, processadas, e então visualizadas em uma imagem tridimensional. Assim, a imagem obtida permite uma análise mais detalhada do problema, e permite diagnósticos mais precisos.

SPECT do coraçãoOutra técnica muito empregada é tomografia de emissão positrônica (PET), utilizada para medir e investigar processos dinâmicos que ocorrem no corpo, tal como o fluxo sanguíneo, ou a taxa na qual o oxigênio ou a glucose são metabolizados. As varreduras por PET computadorizadas (SPECT) são capazes de detectar pequenas anomalias cerebrais, responsáveis por ataques epilépticos, e detectar constricções em vasos sanguíneios ou tumores ocultos. A figura ao lado, por exemplo, é o resultado de uma análise de SPECT do coração, mostrando o dinamismo de seus movimentos, a sístole e a diástole. Para a leitura, é necessário a admissão prévia de compostos radioativos emissores de pósitrons - tal como o carbono-11. Este isótopo produz um pósitron por átomo, no decaimento. Um pósitron pode se combinar com um elétron (presente na matéria ordinária) e formar dois fótons, sob a forma de raios gama, que assumem direções completamente opostas.

+1e + -1e 2 g

Detectores estão espalhados ao redor do corpo do paciente, e o processamento de todos os fótons detectados produz uma imagem tridimensional e dinâmica do órgão investigado.

Aparelho para MRIA imagem por ressonância magnética nuclear (MRI) também é muito comum nos laboratórios de bioimagem. O princípio da técnica é o mesmo da do NMR, uma técnica analítica largamente empregada pelos químicos: alguns núcleos atômicos possuem momento de spin, e podem se alinhar em um campo magnético, dependendo da energia do campo. Ao se fazer uma varredura magnética (ou seja, aplica-se um campo magnético variável), os núcleos eventualmente absorvem energia para promover o seu alinhamento com o campo. A frequência da absorção depende do ambiente químico do núcleo. Em função disto, é possível se fazer um mapa de ressonância magnética do órgão, estabelecendo as diferentes regiões que correspondem aos diferentes ambientes químicos. Novamente, um computador é que processa as informações, e produz uma série de imagens tridimensionais. Além de oferecer imagens dos órgãos, também dá detalhes sobre as atividades metabólicas e fluxo sanguíneo; é útil para encontrar pequenos tumores ou obstruções sanguíneas, danos nas vértebras, problemas encefálicos, entre outros. É uma técncia moderna, e extremamente utilizada.

O custo para estas modernas técnicas de diagnóstico é ainda bastante alto, chegando a custar milhões de dólares para uma instalação relativamente simples (CT, MRI e SPECT). Para os pacientes o custo também é alto: muitos planos de saúde não cobrem exames de radioimagens. A grande vantagem é a enorme quantidade de informação fornecida pelos aparelhos, que somente seriam possíveis através de arriscadas cirurgias. Em alguns casos, estas informações não poderiam ser obtidas de nenhuma outra forma.



Original em: http://www.qmc.ufsc.br/qmcweb/artigos/nuclear/medicina.html

O começo

E aí, fanfarrões!

Bem, este é meu começo. Colocarei alguns textos que escrevi, traduzi, catei na net e por aí vai, além de links interessantes não só sobre química, mas coisas úteis para todos nós. Aqui também estarão todos os trabalhos que eu passar no CAp.

Espero que gostem, comentem e se divirtam.


Beijos e Abraços,


Prof. Fábio Lucas.